segunda-feira, 30 de abril de 2012

Conterrâneos e a Saudade de Casinhas



CONTERRÂNEOS E A SAUDADE DE CASINHAS





 Que saudade dos rios e serra
Dos pés descalços naquela terra
Da água tão barrenta e cristalina
Das cachoeiras e fontes
Da caatinga e dos montes
De CASINHAS que me fascina!

Cidade repleta de graça
Com a garotada naquela praça
Na SEDE havia sempre dança

 Da roda gigante que fazia a festa
Que saudade hoje me resta
Dos meus tempos de criança.

Terra da BATATA e de solo fecundo
De amores mais profundos
Onde eu vivia feliz
Com as rezas e a RELIGIÃO
Os comentários de Profº Luiz
Os sinos da Igreja Matriz.

Saudades da juventude
Dos anseios, da inquietude...
Das formaturas fervorosas
De minha família, meu lar
E do imenso pesar
Que senti ao ir embora.

O tempo não vai mais voltar
Por isso faz bem relembrar
Os dias da felicidade
E da imensa euforia
Que pude viver um dia
Na minha CASINHAS cidade.

O verde aqui tão escasso

 Em Casinhas ocupa todo espaço
A preservar e envolver
A cidade INTERIORANA
Acolhedora e humana
Que um dia me viu nascer.

O céu límpido e azulado
De nuvens brancas rendado
Terra de "Pade Inaço"
Aquele que fazia os partos
De "Mãe Inácia"
Aquela que agente sentava na calçada.
 
Ô saudade do ar  puro
O viver de lá, é mais seguro
Sem a sombra da impaciência
Que me deprime e apavora
Na vida que levo agora
Tão cercada de violência.

A mente jamais apaga
E a saudade ainda vaga
Mas de uma coisa hoje eu sei
Trago a nítida lembrança
Dos meus tempos de criança
Na terra CASINHAS que sempre amei.

Pudera eu lá viver
E à saudade não me ater
Reviver no meu coração
Os forrós de "BIU BOCÃO"
De sentar naquele batente
E "chilar" do ZÉ, o cachorro quente.

Sentir o cheiro daquela pamonha
Comer Bejú, sem ter vergonha
Alguns "bagos" de jaca e sarapatel
Comer bastante cuscuz com nata
Mas bom mesmo, era nata com batata
De ZEFA DE BIU CAMILO, o pastel

Ver as palmas, capim e bargala
Ver " MIZA" tirando o leite da vaca
Sentir o calor humano
Daquela gente bacana
Da minha cidade pernambucana
Que um dia deixei por engano.

Quero apreciar o rochedo
Emaranhar-me no arvoredo
Dar vazão a minha ânsia
Cantar cantigas de roda
Que aqui já saíram de moda
Rever os amigos de infância.

Contemplarei o cenário
Ouvindo o som dos canários
Ficarei por conta disso
Apenas matando a saudade
Da vida na minha cidade
Sem dar trela aos compromissos.

Já sinto em viagem
Descortinando a paisagem
Num fascínio sem igual,
Eis que surge entre as canas
Minha cidade pernambucana
A minha terra natal!



Autora: Egmar Santos

1 comentários:

EDMILSON KAIROS disse...

Parabéns Egmar, linda essa poesia para nossa terra, você é um talento.

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