CONTERRÂNEOS E A SAUDADE DE CASINHAS Que saudade dos rios e serra Dos pés descalços naquela terra Da água tão barrenta e cristalina Das cachoeiras e fontes Da caatinga e dos montes De CASINHAS que me fascina! Cidade repleta de graça Com a garotada naquela praça Na SEDE havia sempre dança Da roda gigante que fazia a festa Que saudade hoje me resta Dos meus tempos de criança. Terra da BATATA e de solo fecundo De amores mais profundos Onde eu vivia feliz Com as rezas e a RELIGIÃO Os comentários de Profº Luiz Os sinos da Igreja Matriz. Saudades da juventude Dos anseios, da inquietude... Das formaturas fervorosas De minha família, meu lar E do imenso pesar Que senti ao ir embora. O tempo não vai mais voltar Por isso faz bem relembrar Os dias da felicidade E da imensa euforia Que pude viver um dia Na minha CASINHAS cidade. O verde aqui tão escasso Em Casinhas ocupa todo espaço Ô saudade do ar puro A preservar e envolver A cidade INTERIORANA Acolhedora e humana Que um dia me viu nascer. O céu límpido e azulado De nuvens brancas rendado Terra de "Pade Inaço" Aquele que fazia os partos De "Mãe Inácia" Aquela que agente sentava na calçada. O viver de lá, é mais seguro Sem a sombra da impaciência Que me deprime e apavora Na vida que levo agora Tão cercada de violência. A mente jamais apaga E a saudade ainda vaga Mas de uma coisa hoje eu sei Trago a nítida lembrança Dos meus tempos de criança Na terra CASINHAS que sempre amei. Pudera eu lá viver E à saudade não me ater Reviver no meu coração Os forrós de "BIU BOCÃO" De sentar naquele batente E "chilar" do ZÉ, o cachorro quente. Sentir o cheiro daquela pamonha Comer Bejú, sem ter vergonha Alguns "bagos" de jaca e sarapatel Comer bastante cuscuz com nata Mas bom mesmo, era nata com batata De ZEFA DE BIU CAMILO, o pastel Ver as palmas, capim e bargala Ver " MIZA" tirando o leite da vaca Sentir o calor humano Daquela gente bacana Da minha cidade pernambucana Que um dia deixei por engano. Quero apreciar o rochedo Emaranhar-me no arvoredo Dar vazão a minha ânsia Cantar cantigas de roda Que aqui já saíram de moda Rever os amigos de infância. Contemplarei o cenário Ouvindo o som dos canários Ficarei por conta disso Apenas matando a saudade Da vida na minha cidade Sem dar trela aos compromissos. Já sinto em viagem Descortinando a paisagem Num fascínio sem igual, Eis que surge entre as canas Minha cidade pernambucana A minha terra natal! Autora: Egmar Santos |
segunda-feira, 30 de abril de 2012
Conterrâneos e a Saudade de Casinhas
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1 comentários:
Parabéns Egmar, linda essa poesia para nossa terra, você é um talento.
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