Genuinamente brasileira falo da palavra SAUDADE.Foca um sentimento único, paralisa um momento no tempo, que em nossa vida foi especial.Aflora SAUDADE no meu peito quando lembro do fogão á lenha.
"Diferente dos mirrados e quase imperceptíveis, fogões de hoje, o fogão à lenha era imponente, se fazia presente na cozinha. Logo cedo abria sua “boca” Para receber seu “alimento”: Pedaços de lenhas que eram empilhados no quintal. Alimento que se doava feliz pela magia da transformação."
Como dizia minha Vó Iracema, para o fogo “pegar”- o abanador de palha trançada entrava em cena fulgando o fumaçeiro. Daí... nossos ouvidos fascinados com o estalado da lenha “sorrindo” em folguedos.
Sua fiel companheira: A panela de barro se faz parceira. Misteriosa,
parecendo um caldeirãozinho de bruxa. As porções mágicas cozinhavam...: Feijão de corda que, previamente debulhávamos em
grandes bacias, temperados. Arroz branco e farinha de mandioca, que junto com o feijão amassado e molhado no "Môi de galinha ou Môi de cibola e quento" virava deliciosos
“bolos” distribuídos, por vó, nas nossas bocas gulosas.
O querido fogão a lenha de tudo participava naquela cozinha, e mesmo depois de horas “trabalhando”, não tinha cansaço para abrigar em seu forno a batata doce cozida na brasa, a bôla fofa na folha da bananeira, do qual éramos herdeiros da tigela, onde dedinhos ávidos faziam a festa.
O querido fogão a lenha de tudo participava naquela cozinha, e mesmo depois de horas “trabalhando”, não tinha cansaço para abrigar em seu forno a batata doce cozida na brasa, a bôla fofa na folha da bananeira, do qual éramos herdeiros da tigela, onde dedinhos ávidos faziam a festa.
A noite chegava e lá estava firme nosso guerreiro exaltando o cheiro convidativo do suculento “cuzcui”, vezes com água, leite, bôrra de leite ou "sadhinha", bem como, aquele "Môim de Piaba" no capricho, que devorávamos em meio às risadas e estórias das estripulias do dia.
Só
então o amado fogão à lenha se entregava ao descanso e de suas
entranhas eram retiradas, as cinzas, símbolo sagrado de um
dos mais sublimes atos de amor: A transformação dos alimentos.
Contudo...
"Não invejo quem tem casa mais bonita,
Nem menosprezo um ranchinho beira chão,
O que importa é achar em casa rica ou num casebre,
UM BONDOSO CORAÇÃO... "
Diga aí se num éramos felizes????
Egmar santos
1 comentários:
bosn tempos esses onde a modernidade esta acabando com nossa antiga cultura aos poucos
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