Joquinha Gonzaga, José Teles, Felipe Trotta e Carlos Carvalho na mesa desta sexta (25/5)
Neste sábado (26/5), foi último dia do evento e teve a participação de Charles Gavin, ex-integrante dos Titãs
“Ele foi o maior artista de todos os tempos”. “Ele é um verdadeiro mito.” Com essas frases, o jornalista José Teles e o professor e pesquisador Felipe Trotta, respectivamente, começaram a falar sobre o Rei do Baião, na abertura do I Seminário de Música “Luiz Gonzaga e a Invenção do Forró”, na tarde desta sexta-feira (25/5), no auditório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), no Recife. Promovido pela Secretaria de Cultura de Pernambuco, o evento contou ainda com a presença na mesa de Joquinha Gonzaga e Carlos Carvalho, diretor de Políticas Culturais da Secult/PE.
O tema discutido na tarde de ontem foi o imaginário de Luiz Gonzaga, o que rendeu bons questionamentos por parte do público e um debate bastante participativo. Joquinha Gonzaga, sobrinho do Rei do Baião, dividiu com os presentes histórias vividas pelo tio, entre elas o começo da carreira no Sudeste do País. “Meu tio começou tocando outros ritmos e quando pediram que ele tocasse algo da sua terra, ele arriscou um forró. O povo gostou tanto e ele se sentiu tão bem que percebeu que ali era onde morava sua arte”, afirmou o músico, que segue os passos do tio. Ainda segundo Joquinha, foi Gonzagão quem lhe deu sua primeira sanfona e o ensinou a tocar.
O jornalista José Teles falou da importância de Luiz Gonzaga para a música brasileira, chegando a afirmar que ele foi o maior artista de todos os tempos. Disse ainda que Gonzaga não era um exímio compositor e ele próprio admitia isso. Porém, o que chegava nas mãos dele era recriado e ficava totalmente diferente, com sua cara e isso acontecia de uma forma fantástica. “Ele cantou o Nordeste de uma forma só dele e isso foi tão grande que se espalhou pelo Brasil inteiro. Os principais hits que ele gravou, sempre vão ser lembrados, conhecidos e cantados”, enfatizou Teles que, além de jornalista, realiza pesquisas na área musical.
O outro pesquisador da mesa Felipe Trotta, da Universidade Federal Fluminense, disse acreditar que o principal motivo do sucesso de Gonzaga é que o imaginário dele mexe com o de outras tantas pessoas, porque, além de falar sobre sua terra, ele canta sentimentos universais, como a saudade. Para ele, a nordestinidade tão trabalhada no universo de Gonzaga continua atual, o que contribui para a perpetuação do trabalho do mestre.
Para encerrar a tarde de sexta-feira no seminário, Joquinha Gonzaga cantou o maior sucesso do tio: “Quando olhei a terra ardendo / Qual fogueira de São João / Eu perguntei a Deus do céu, ai / Por que tamanha judiação?”. “Asa branca” foi entoada a uma só voz, quase que como uma prece, exaltando a genialidade de Gonzagão.
O seminário terminou neste sábado (26/5), no auditório do Museu do Estado, no bairro das Graças. O tema abordado foi “Luiz Gonzaga e o mercado da música”, com a participação de Charles Gavin, ex-integrante do grupo Titãs. Atualmente, ele é apresentador do programa “O som do vinil”, no Canal Brasil, no qual investiga e resgata histórias de bastidores da gravação e produção de discos fundamentais da música brasileira. Além dele, o radialista e cantor José Sergival e o colecionador da obra de Mestre Lua, Paulo Vanderlei, fizeram suas análises sobre o que Luiz Gonzaga representou e representa para o mercado da música. A entrada é gratuita e não é necessário se cadastrar para participar.
Serviço:
I Seminário de Música “Luiz Gonzaga e a Invenção do Forró”
Dia 26 de maio de 2012, das 14 às 17h (ultimo dia)
Local: Museu do Estado de Pernambuco - Avenida Rui Barbosa, nº 960, Graças
Entrada gratuita
Luiz Gonzaga e o mercado da música – 26 de maio
Charles Gavin (SP)
José Sergival (RJ)
Paulo Vanderley (PE)
Mediação: Sérgio Cassiano
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